domingo, 14 de fevereiro de 2010

"Esta terra"

Esta terra onde nasci tem dado muitas voltas ao longo do tempo.

Sabemos que è uma terra parca em recursos, sabemos que já foi em tempos idos uma referencia para todas as freguesias vizinhas, claro esta referencia foi-se diluindo ao longo do tempo.

Viver acima das possibilidades, viver de um nome, viver de referências antigas não garantem um futuro risonho a ninguém.

Devemos reflectir quem fomos e quem somos hoje, parece fácil mas, no fundo todos damos conta no nosso dia-a-dia das nossas limitações, da nossa dependência de outrem, senão olhemos á nossa volta e, verifiquemos as actuais condições de vida dos nossos concidadãos.

Em tempos idos, esta freguesia vivia parcialmente da agricultura, e digo parcialmente porque uma grande parte desta população dependia do têxtil, (este hoje não passa de uma miragem), o restante tempo era empregue na pequena agricultura, esta era o garante da sobrevivência muitas das numerosas famílias da comunidade.

Hoje olhamos para o sector agrícola desta terra e que vemos? Nada, nada do que foi num passado bem recente, quando era o garante da sobrevivência deste povo.

Afinal o que se passou? Que bicho mordeu este povo? O que foi que levou a este atraso em relação às freguesias vizinhas?

Não è fácil encontrar uma resposta para tanta pergunta mas, podemos começar por dois sectores: O primeiro tem muito a ver com os nossos políticos, com a gerência que temos elegido nos últimos mandatos. O segundo tem muito a ver com o sector agrícola, ou seja que raio se produz nesta terra hoje em dia? Algum leite, e pouco mais, olhamos em volta e damos conta que já não se produz milho, (em grão) batata, centeio… as bermas dos lameiros ou sequeiros outrora cultivadas até ao limite são hoje em dia leito de silvados, estes proliferam no lugar das ramadas, onde outrora se trabalhava o vinho.

Vinho, ainda que este nunca que este nunca tenha tido grande qualidade ou nome, mas como a maioria das famílias granjeava o seu chegava para o consumo local, e claro dava emprego a muita desta gente.

Hoje damos uma volta pela freguesia e damos conta que, a maioria dos terrenos férteis estão ao abandono, os que ainda são granjeadas são em exclusivo para cultivo de ração para os bovinos, de produção de leite, ficam por trabalhar parte destes terrenos, outrora férteis até ao limite, e todos os outros que em tempos idos foram produtivos são hoje silvados ou matagais.

Temos muito a reflectir sobre este assunto, para chegarmos a alguma conclusão devemos verificar o seguinte; quem são os proprietários dos terrenos férteis desta terra? Porque motivo se deixou edificar construções nas zonas verdes, sejam estas para habitação comercio ou para industria…

Os nossos antepassados optavam por edificar nos terrenos mais inertes e juntavam as construções, seriam eles pouco inteligentes? Não me parece, tenho a sensação que somos nós que estamos a reverter os dados, estamos a complicar, construímos ao desbarato por onde muito bem nos apetece, as nossas autoridades nem deram conta do erro, se deram foram fechando os olhos, para não arranjarem conflitos com ninguém, para garantirem que não ferem os eleitores.

Agora damos conta do erro, um erro muito difícil de rectificar, teremos muito mais dificuldades em levar água e saneamento a todos os locais onde se construiu, não deixaremos terrenos férteis, para que os nossos descendentes possam um dia optar por produzir o que vão necessitar para a sua alimentação.

Hoje em dia começamos a ouvir falar em agricultura biológica, esta será com toda a certeza o futuro, nós a continuar assim não teremos onde a desenvolver. A continuar assim estamos no.Blockquote

“caminho do abismo”